terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Prá não dizer que não falei de futebol.
O BODE EXPATÓRIO XXX
De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.
Essa famosa citação de Rui Barbosa, proferida décadas atrás, cai como uma luva no Brasil contemporâneo, onde os valores éticos e morais perderam totalmente o sentido e os conceitos do jeitinho brasileiro e da Lei de Gerson são amplamente conhecidos, aceitos e aplicados cotidianamente, sem nenhum remorso ou dor na consciência em quase todas as esferas da nossa sociedade.
Mesmo quando há um cadáver de adolescente, como acontece no caso do boliviano morto por um sinalizador lançado pela torcida organizada Gaviões da Fiel, durante jogo do Corinthians pela Taça Libertadores da América, na cidade de Oruro, na Venezuela, o tal jeitinho é o recurso usado como solução imediata.
A meu ver com a apresentação do menor xxx, o bode expiatório, armou-se uma farsa sinistra, cujo objetivo é esconder a face do verdadeiro infrator, engodo este facilmente perceptível por qualquer detetive amador que tenha o mínimo de inteligência.
Afinal porque os 12 encarcerados após o acidente não delataram o menor brasileiro, preferindo permanecer sob custódia por tempo incerto em um país estrangeiro?
Já se ouve por aqui a afirmação insensata e insensível de que o jovem boliviano estava no lugar errado na hora errada, quando na realidade estava no lugar certo na hora certa, em um estádio de futebol, torcendo por seu time do coração, como fazem milhares de adolescentes brasileiros.
A torcida Gaviões da Fiel, (que não representa o imenso universo de torcedores do Timão, muitos dos quais pais de garotos na mesma faixa etária daquele guri boliviano), age de forma abominável ao acobertar um criminoso, que à solta e impune, ficará a vontade para praticar outros atos ilícitos em nome de uma paixão futebolística.
Torço para que as autoridades bolivianas e brasileiras não caiam nesse conto da carochinha e que a justiça seja feita.
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