segunda-feira, 23 de julho de 2012

OS MERCADOS DE ARACAJU

Centro de Aracaju e lá estão eles: os mercados, oferecendo mais do que um dia de compras e refeições típicas, o contato com a cultura sergipana. Os mercados Antônio Franco (1926) e Thales Ferraz (1948) enfeitiçam os turistas há décadas, com uma beleza arquitetônica única. O Albano Franco (1998), o caçula dos mercados, quer atrair todas as atenções expondo uma diversidade de frutas. A mangaba e o caju são as estrelas de um cenário encantador, de cores e cheiros inesquecíveis. Lá também tem o peixe, o camarão pistola, uma beleza!! Eles chegam fresquinhos dos barcos que atracam bem ao lado, às margens do rio Sergipe. Não podemos esquecer do caranguejo, o nosso prato típico apreciado pelos sergipanos e turistas nos bares da capital. Tem também o siri, o catado de crustáceos. A variedade de produtos é tamanha que só vendo para crer. Não pensem que a nossa viagem pela diversidade do mercado Albano Franco para por ai. Lá também você encontra verduras fresquinhas, pimentas acondicionadas em garrafas que aguçam o nosso paladar. Dividem o espaço com iguarias, cereais, confecções diversas, calçados, relógios, materiais de informática, brinquedos, etc. Lá também estão os barzinhos onde se pode fazer uma boa refeição. Tomar o café da manhã com um saboroso cuscuz, acompanhado da carne frita de carneiro, vinda da banca ao lado. Mercado Thales Ferraz - Deixando o Mercado Albano Franco, você logo chega ao Thales e se depara com o queijo de coalho nas suas várias versões, do natural ao temperado. A manteiga, o requeijão e os biscoitos do interior, principalmente de Propriá, aumentam a tentação da gula. Temos também o amendoim cozido, uma delícia, mas quem preferir na versão torrada, salgado e até doce também encontra lá. E o que falar das castanhas. Doces ou salgadas são as vedetes deste arsenal de sabores. Para adoçar ainda mais a vida, você não pode deixar de levar para casa o mel de abelha, rapaduras de cana-de- açúcar e deliciosos doces em calda e desidratado. Temos doces de jenipapo, jaca, mamão, banana, batata-doce e até de pimenta. Tudo, ou quase tudo, feito de forma artesanal. Não esqueça de conhecer os nossos vários tipos de beijus, o pé de moleque, as farinhas. Se você quer cuidar das mazelas do corpo e do espírito o mercado Thales Ferraz é o lugar certo. É lá que fica o famoso mercado das ervas. Para os supersticiosos, as vendedoras sempre têm receitas infalíveis para afastar o olho grosso, as perseguições espirituais e outros males desta vida. É neste espaço místico que também está instalado um dos vários postos de informações turísticas de Aracaju. Mercado Antônio Franco - Para chegar ao Antônio Franco entramos na Passarela de Flores. Um cantinho para ver o que produzimos de flores tropicais em Boquim e Simão Dias. São flores lindas e resistentes. Lá também você encontra flores importadas. Aproveite para levar para casa um lindo buquê com preço bem acessível. É neste espaço colorido, que estão os mais diversos produtos artesanais de Sergipe. Temos cestas e vários produtos produzidos com a palha de coqueiro. Cerâmicas produzidas por artesãos de Carrapicho e vindas de outros Estados vizinhos e bordados fantásticos. São peças em rendendê, filó, pontos de cruz e a famosa renda irlandesa, produzida em Divina Pastora. Ainda no Antônio Franco, nos intervalos das compras e passeio, você pode degustar os melhores pratos da culinária sergipana e da região, nos bares e restaurantes que ficam nos corredores e no andar superior do mercado. Somado a tudo isso, você ainda brindado com o bom humor, o carinho, a simpatia e a alegria do povo sergipano. TEXTO EXTRAIDO DO JORNAL DA CIDADE

segunda-feira, 9 de julho de 2012

CARANGUEJO: IDENTIDADE GASTRONOMICA.

Sergipanidade. Sempre que se aproxima nossa data magna, 8 de Julho, essa é a palavra da moda. Vamos falar então da nossa a identidade gastronômica?. Entendo como identidade aquilo que nos diferencia dos outros. Não é algo individual, mas sim coletivo, que está presente em nosso quotidiano de diversas formas. Feijoada, carne do sol e moquecas são encontradas em quase todo o nordeste, mudando-se um ou outro detalhe. São famosas as carnes do sol da Paraíba e as moquecas de mariscos alagoanas, e a feijoada cada um faz da sua forma, tendo a nossa algumas particularidades, que, todavia, não a eleva à categoria de unanimidade, reconhecida não só por nós, mas também por aqueles que nos visitam. Quando se fala em prato típico, ligado culturalmente a uma sociedade, sem dúvida alguma o nosso diferencial é o tradicional caranguejo, degustado religiosamente aos domingos, não só nas praias com também nas residências. Em nenhum lugar do Brasil a iguaria é consumida com tanto prazer e em quantidades astronômicas como em terras do cacique Serigy, tanto na tradicional forma, só cozido em agua e sal, como também em saborosas fritadas, pastéis e outros tantos petiscos. Na famosa passarela da praia de Atalaia o crustáceo é saboreado diariamente, e o toc-toc característico dos martelinhos em ação já faz parte do dia a dia do lugar.

AVANTE, SÃO CRISTOVÃO

No próximo mes de Outubro realiza-se mais um pleito eleitoral, e os moradores da cidade de São Cristovão teram a oportunidade de mostrarem sua indignação com todas as mazelas que infestaram seu quotidiano durante mais de uma década. É hora de rejeitar aqeles que nada fizeram, a não ser contribuir com sua subserviencia e incompetencia para o caos instalado.Eleger aqueles que se comprometam verdadeiramente com um melhor futuro para todos, construindo um cidade digna do seu passado glorioso . A cultura e o turismo, vocação natural do lugar,devem estar entre as prioridades dos novo prefeito e legisladores, cabendo ao cidadão, vigiar e punir, usando sua arma poderosa que é o voto.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

O DECLÍNIO DA MÚSICA BAIANA

Sou de uma geração que cresceu admirando os ótimos sons oriundos da Bahia, desde Dorival Caymmi e sua turma, passando pelo indefectível João Gilberto, pai da bossa nova, Tom Zé irreverente, o inigualável e eterno quarteto fantástico, Gil Caetano Bethânia e Gal, estrelas como Morais Moreira e Armandinho comandando o carnaval, Baby Consuelo, sempre telúrica, A cor do som, Pepeu Gomes e tantos outros talentos reconhecidos nacional e internacionalmente. De repente, vem Luiz Caldas e sua revolução carregada de fricote, trazendo uma energia diferente, um ritmo novo claramente dançante, sem deixar de lado bons e criativos letras e arranjos, evocando o caliente Caribe, unindo-se ao afro reggae, lambada e samba de roda. Gritou-se pela liberdade de Mandela, exaltando-se a raiz africana com a com Banda Mel e Reflexus, e tudo isso resultou no que hoje chamamos de axé-music. Dessa safra, apenas o Chiclete com Banana, (que a meu ver perdeu qualidade com o passar do tempo, apelando para produção exclusivamente carnavalesca) e Margareth Meneses sobreviveram, acompanhados das novas musas, Daniella, Ivete e Claudia, que sabiamente não caíram na armadilha da vulgaridade. Ecléticas e bem orientadas, definiram muito bem que caminhos queriam seguir. A partir daí vem outra turma tecnicamente inferior, que levou uma outrora qualificada cena musical a um indiscutível declínio, explícito em grupelhos que se denominam "de pagode", com suas rimas fáceis, letras simplórias e muitas vezes obscenas, produções bem do agrado de uma parcela da população, e que se dissemina principalmente através de CDs piratas, encontrados em qualquer beira de esquina. Essa onda atingiu em cheio o estado de Sergipe, grande mercado de artistas baianos, inundando as FMs voltadas para um público definido, ocupando todos os espaços. Os “boys”, com seus automóveis portadores de potentes equipamentos de som, fizeram sua parte invadindo as ruas, fazendo-se necessário a intervenção judicial para acabar com o desrespeito ao sossego alheio. Certamente é legítimo o ditado que diz que gosto não se discute, o que nos leva a concluir que a radio segmentada parece ser o futuro que nos aguarda, com cada uma centrando-se em um tipo de música. Por enquanto, fico com a poesia do filósofo cearense Belchior, eternizada por Elis Regina: nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam não.