quarta-feira, 30 de maio de 2012

PARA QUE SERVE A ARTE?

Pra que serve a arte?* Gustavo Costa** Para responder a essa questão não vamos recorrer à velha tentativa de elucidar o conceito do que seja arte. Diversos teóricos, ao longo de muitas décadas e através de muita dedicação e estudo árduo, tentaram em vão encontrar uma definição perfeita. O que nenhum discorda, porém, é do poder que a arte possui de expressar e mexer com as mais diversas e profundas emoções escondidas no âmago de cada um de nós. No entanto, esses sentimentos não são (e não devem ser) somente os mais amáveis e belos retratos da vida doce e romântica permeadas de moral e bons costumes. A arte vem do mundo, e o mundo também é feito do bizarro, do grotesco e do subversivo. Por isso, o insulto, a extravagância e a violência também fazem parte do objeto artístico. Chocar a opinião pública é uma forma de cumprir uma das tarefas essenciais da arte, a de agitar os reflexos do futuro. Quando Marcel Duchamp exibiu um mictório na exposição organizada pela Sociedade de Artistas Independentes de Nova York, em 1917, a idéia era justamente suscitar o debate a cerca do propósito da arte e o que determinava o status atribuído ao objeto artístico. Outros movimentos originários desta mesma época, a exemplo do modernismo introduzido no Brasil através da Semana de Arte Moderna de 1922, buscavam de igual maneira destruir para recriar. Misturar duas ideias tão distintas só é possível através da expressão artística. Isso se deve não só ao domínio da arte sobre o não-racional, o indizível, o metafísico, mas também ao poder que a arte possui de se renovar (ainda que algumas vezes pareça sempre a mesma). A própria tentativa de desconstrução, a antiarte, acaba sendo incorporada ao fazer artístico. A aprendizagem através da arte foge ao modelo educacional tradicional. É uma transformação subjetiva, que aguça o olhar do ser humano sobre o mundo à sua volta e proporciona uma riqueza cultural inigualável. Mas para deixar a arte cumprir o seu papel transformador requer estar aberto à interação entre o artista, a obra e o espectador, quaisquer que sejam as emoções por ela provocadas. Experimentar, seja na produção artística ou na sua apreciação, não pode estar submetido às mesmas normas do dia-a-dia. Nos palcos, nas telas, nos livros, o artista tem o seu próprio tempo, suas próprias leis, e para ser bem sincero, não precisa ser levado tão a sério assim. Até porque, o artista nunca foi, e nunca será “exemplo” para ninguém. Seu papel é provocar, incitar e mexer com nossos sentidos. Estar preso aos preceitos morais do tempo presente impõe uma barreira ao experimentalismo. No entanto, ainda que a sociedade encontre dificuldades para se libertar dos seus grilhões, a arte se manterá sempre à frente do seu tempo, e com ela, os artistas. Como atestou André Breton em seu Manifesto Surrealista, “não é o medo da loucura que nos vai obrigar a hastear a meio-pau a bandeira da imaginação.” *Artigo originalmente publicado nos jornais Correio de Sergipe e Jornal do Dia e no blog do jornalista Cláudio Nunes em 02/02/2012, com alterações do autor. ** Gustavo Costa é graduando em Jornalismo pela Universidade Federal de Sergipe, estagiário da Assessoria de Comunicação da Sociedade Semear e amante inveterado de todas as formas de arte.

terça-feira, 29 de maio de 2012

CALCINHA PRETA

A Calcinha Preta é, sem dúvida alguma, o grupo musical sergipano que mais se destacou na cena brasileira em todos os tempos. Fenômeno de mídia, emplacou “Você não nada” em plena novela das 8 da Rede Globo”. Contudo, a ascenção do novo estilo de fazer forró não foi suficiente para destronar o tradicional pé de serra, que tem cadeira cativa no coração do brincante sergipano, seja ele o calejado sertanejo das caatingas ou o mauricinho da capital, que também arrasta o pé ao som do” triango” zabumba e sanfona. Não é a toa que a nata da MPB incrementa suas apresentações nos arraiás nordestinos com sucessos de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino, entre outros. Como qualquer manifestação artística, a musica transforma-se com o passar do tempo, permitindo a introdução de novos instrumentos e novos ritmos. Portanto, a Calcinha tem seu espaço e seu público, divulgando com honestidade e competência o nome de Sergipe pelo Brasil Luiz Gonzaga, se vivo fosse, poderia muito bem gravar “Você não vale nada” do seu jeito fazer sucesso como sempre fez.

LAMPIÃO EM SERGIPE

Lampeão e Zé Baiano em Alagadiço - Luiz Antonio Barreto Virgulino Ferreira da Silva morreu na Gruta do Angico, no atual município de Poço Redondo, em 28 de julho de 1938,... Virgulino Ferreira da Silva - apelidado de Lampeão Virgulino Ferreira da Silva morreu na Gruta do Angico, no atual município de Poço Redondo, em 28 de julho de 1938, mas tem memória viva em todo o Estado de Sergipe, por onde circulou, anos seguidos, com seus “rapazes”, também conhecidos como “cabras”, desde que entrou em território sergipano, em Carira, provavelmente em 1º de março de 1929. Foi uma entrada curta e logo o cangaceiro retornou à Bahia. Voltaria no mesmo mês de março, e no dia 29 passava por Ribeirópolis, depois por Pinhão e finalmente chegava ao Alagadiço, no município de Frei Paulo, parecendo que procurava alguém. Frei Paulo passou a contabilizar outras entradas, fornecer gêneros, incluindo peças de cutelaria, e enfrentar Zé Baiano com seu ferro quente, marcando as suas vítimas, até vencê-lo pelas mãos do grupo de Antonio de Chiquinho, no Alagadiço. A visita do dia 19 de abril, logo pela manhã cedinho, pegou desprevenida a pequena povoação de Poço Redondo, onde assistiu Missa, celebrada pelo padre Artur Passos, vigário de Porto da Folha. Foi um encontro marcante. De um lado, Lampeão deixando no papel pautado a lista dos integrantes do seu grupo – nome, apelido e idade, e alguma informação de parentesco -, de outro lado o padre, refeito do susto, guardando a impressão que teve, levando-a para pequenos jornais do interior de Sergipe e de Alagoas. Lampeão entraria em Capela e tornaria o ano de 1929 a marca cronológica de sua presença, freqüente, em Sergipe, fazendo amizades, criando uma rede de coiteiros, durante 9 anos, até tombar na Gruta do Angico, ao lado da mulher e de alguns dos seus companheiros de cangaço. A fama de Lampeão espalhou-se rapidamente, e já em 1930 apareciam, em Porto da Folha, algumas pessoas que se diziam emissários do capitão e de Corisco, recolhendo dinheiro de pessoas incautas. Em janeiro de 1931 Manuel Luiz de Jesus, antes conhecido como Manuel dos Cajueiros, nascido no Cágado, município de Frei Paulo. “Corisco Preto” ou “Corisco Negro”, como passou a ser identificado, formou com irmãos e amigos um grupo que roubava.em Frei Paulo, até ser preso na Penitenciária de Aracaju, de lá fugindo e voltando ao crime, sendo novamente preso em Simão Dias, em 1935, e mandado de volta ao xadrex, até a década de 1940. O próprio Virgulino Ferreira da Silva, em setembro de 1931, foi denunciado em processo, tendo sua prisão decretada, pelo Juiz Municipal de Nossa Senhora das Dores, e confirmada pelo Juiz de Direito interino de Japaratuba, Carlos Vieira Sobral, acusado de matar o lavrador José Elpídio dos Santos, em Cruzeiro das Moças, e ter seqüestrado duas mulheres, como ato de vingança. As andanças de Lampeão em Sergipe, seu trânsito livre em certas e determinadas áreas, suas amizades, seus companheiros recrutados em Poço Redondo e em outros lugares sergipanos, ainda provocam interesse dos pesquisadores e estudiosos do País, notadamente do Nordeste, onde a saga dos cangaceiros vive no imaginário popular, incorporada à memória social. O Encontro Cultural de Alagadiço (Frei Paulo), reunindo alguns estudiosos, capitaneados por Frederico Pernambucano de Melo, a família de Lampeão, especialmente Expedita Ferreira e Vera Ferreira, filha e neta do Capitão Virgulino, e outros interessados, bem demonstra a atualidade do ciclo. Com 69 anos de morto, Virgulino Ferreira de Silva ainda é um personagem essencial à compreensão da sociologia e da cultura do Nordeste. È preciso que o contexto nordestino seja melhor conhecido e entendido, antes que se avolumem os clichês que fazem da imagem do cangaceiro um pêndulo, entre o heroísmo e a maldade, como se não fosse possível retratá-lo, com suas contradições, como alguém que transitou entre a natureza e a cultura, entre o passado e o futuro, entre o poder delegado e o mando próprio, insurgente, ilegal. Ao cobrar vingança, Lampeão estava estribado numa velha pena portuguesa, ao marcar, com suas iniciais JB, o rosto de mulheres de cabelo curto ou de vestido curto, Zé Baiano também valia-se de outra pena portuguesa, constante das Ordenações do Reino, aplicada comumente contra os mouros, banida pelo Rei D. João III, conhecido como O Piedoso, por Alvará de 27 de fevereiro de 1523, mas que voltou a vigorar com as Ordenações Filipinas, conjunto de leis e penas utilizadas durante o domínio espanhol em Portugal. Diz a lei: “Mandamos que nenhum cristão, que fosse convertido da Lei dos Mouros à nossa, sendo forro, nem mouro forro, de quaisquer partes que sejam, venha nem entre nestes Reinos e Senhorios, posto que diga, com vem com intenção de negociar, sob pena de, sendo eles achado das arraias (limites) para dentro, ser cativo de quem o acusar, publicamente açoitado, e ferrado no rosto, para se saber como é cativo, e perderá sua fazenda ( seus bens).”

ORIGENS DO CARNAVAL SERGIPANO

As origens do carnaval sergipano estão fincadas nas antigas manifestações folclóricas, das quais a Guerra das Cabacinhas é o melhor exemplo, seguindo-se os blocos que rivalizavam o público nas Micaremes do interior, e outras expressões estéticas e musicais, como o Frevo de Pernambuco, o Trio Elétrico da Bahia, e o desfile das Escolas de Samba, a partir do Rio de Janeiro. O carnaval de rua, portanto, é uma mistura de ritmos, coreografias, cores, sem uma identidade local, ainda que os esforços dos últimos anos tenham tomado o caminho do resgate, como é o caso do Bloco Rasgadinho, que apesar de 50 anos de fundado passou mais tempo no limbo, sem condições objetivas de promover o carnaval de rua, principalmente na região da Avenida Pedro Calasans. O esforço dos que fazem o Rasgadinho é digno de registro e de aplauso, pelos resultados conquistados nos últimos anos, não deixando morrer, de todo, o reinado de Momo. O carnaval de Sergipe esteve espalhado pelas cidades do interior, e o Micareme era a maior expressão, pela rivalidade dos grupos. O tempo, a televisão via satélite, e outros meios de comunicação, liquidaram com os blocos dos micaretas, que tinham ponto alto em Maroim, com os blocos Chic e Paladino. Em outros municípios esse tipo de carnaval de rua atraiam multidões, disputando os cordões de foliões formados em torno de cada um dos blocos. Em Ribeirópolis a tradição carnavalesca é ainda mais primitiva, com o grupo Reisado dos Caretas, mascarados que no mês de fevereiro tomam as ruas, sujam os seguidores e intimidam até mesmo os adeptos, que anualmente repetem a folia, conotando com certo erotismo a dança entre pares do mesmo sexo. Em Lagarto, Laranjeiras, Japaratuba e outros lugares a existência de grupos de Maracatús responde pelo carnaval. Enfim, em todo o Estado, incluindo os povoados, há um potencial para a brincadeira livre do carnaval. O Frevo, mais que o samba e do que as marchinhas, é o ritmo carnavalesco por excelência, e em Sergipe a pátria do frevo é Neópolis, que atrai milhares de foliões, para a prática quase espontânea dos desfiles de rua. O público não vai a Neópolis atraído pelos baianos e suas bandas, mas pela singularidade do frevo, ritmo que guarda antiguidade na história dos carnavais brasileiros. Neópolis faz uma festa de metais, e talvez aí resida o poder de atração que a cidade tem, como teve no carnaval que findou. Talvez não seja despropositado dizer que Nossa Senhora do Socorro tem no carnaval de Neópolis um modelo, ainda que existam diferenças. O Mela mela tem, também, seu vínculo com as tradições carnavalescas, desde a Guerra das Cabacinhas, das janeiras de Japaratuba. Os bailes nos clubes sociais, que já foram grandiosos no passado, já não existem mais. Os clubes permanecem de portas fechadas, com seus salões desativados, porque tanto a folia momesca, quanto os bailes sumiram das agendas sociais de Sergipe. O público do interior dispunha de salões de festas, cinemas, clubes e transformavam todos em lugares destinados às festas carnavalescas. Do pobre ao rico, da periferia ao centro, da zona norte a zona sul, o povo em geral, e principalmente rapazes e moças, trocavam suas roupas, vestiam fantasias e entravam nos bailes, de acordo com sua condição social. Havia lugar para todos, desde o auditório da Rádio Difusora, que era transformado num salão de baile de carnaval,para os jovens pobres da cidade, até o Iate Clube de Aracaju, o mais novo e mais confortável e exuberante salão de festas. Muitas vezes o maestro pernambucano Nelson Ferreira veio a Aracaju, com sua famosa orquestra de frevos, tocar no carnaval do Iate. Seguiam-se a Associação Atlética de Sergipe, na rua Vila Cristina,o Vasco Esporte Clube, tanto quando sua sede era na rua São Cristóvão, como na sede nova, da Avenida João Rodrigues, além do Cotinguiba Esporte Clube, o velho “Tubarão da Praia”, na esquina da Avenida Augusto Maynard com a Avenida Beira Mar, e outros clubes, como o SEMAS, dos Sargentos, na Rua João Pessoa, o Clube dos Comerciários, na Avenida Carlos Firpo, dentre outros. O fechamento dos clubes ao carnaval, com o encerramento do ciclo de bailes carnavalescos concorreu, enormemente, para o estágio de decadência da festa momesca sergipana. Louve-se o esforço de autoridades, de políticos, de lideranças sociais, de patrocinadores e de organizadores do que tem sido possível manter, atualmente, como um arremedo do que era, quando a população da capital sergipana era pouco mais de 10% do que é hoje. A ociosidade dos clubes, com seus salões, influi no estágtio atual que atinge o carnaval sergipano. O Pré Caju, por exemplo, que é realizado na via pública, nada tem com o carnaval que era feito em Aracaju e também concorre para inibir a disposição dos organizadores que deixaram exemplos grandiosos de carnavais autênticos, grandiosos, apoteóticos de sábado até quarta-feira, na mesma pisada, como ensinava Capiba: “Quando a vida é boa/não precisa pressa/até quarta-feira/a pisada é esta.” TEXTO DE AUTORIA DE LUIZ ANTONIO BARRETO

O CARROSSEL DE TOBIAS

O Carrosssel de Tobias, ou Carrossel do seu Tobias era uma novidade na diversão das crianças de Aracaju. Depois de passar pelas praças de Recife e de Maceió, o Carrossel chegou por volta de 1940 a Aracaju, tornando-se, desde então, num brinquedo preferencial , montado anualmente, durante os festejos natalinos. O Carrossel era utilizado também em eventos e festas cívicas, atraindo a frequência de crianças e jovens que incorporaram em suas memórias o rodopio dos cavalos em marcha, sempre contando com a figura do negro Tobias, que com o seu realejo terminou dando nome ao brinquedo. Era uma propriedade particular, que de vez em quando trocava de dono. Numa dessas vezes, Milton Santos acompanha as negociações e tudo faz para manter em Aracaju o Carrossel do Tobias, chegando, ele próprio, a adquirir o brinquedo, garantindo que o Natal continuasse alegre e divertido. Em 1958 o então proprietário do Carrossel, Juvenal Menezes, o colocou à venda, tendo o Parque Shangai, do Recife, como pretendente. Graças a ação de um amigo, Jadiel de Brito Cortes, Milton Santos entrou na negociação e comprou o Carrrossel, garantindo a alegria das festas natalianas para as crianças aracajuanas. O sucesso do Carrossel atraiu, por exemplo, a equipe de filmagem de Capitães de Areia, fita baseada no livro homônimo de Jorge Amado, e produzida nos Estados Unidos pela Al Berteller. Em depoimento a Osmário Santos, incorporado ao livro Memórias de políticos de Sergipe do século XX, Milton Santos revela toda a sua emoção e alegria de acompanhar as filmagens e ver seu Carrosssel, de tanto encantamento, girar para ser levado às telas do mundo. O brinquedo terminou, mais tarde, comprado pelo Governo do Estado, que o levou para o Parque da Cidade Governador José Rollemberg Leite, onde o tempo e o descaso destruíram o velho Carrosssel, privando Aracaju de uma diversão como nenhuma outra. TEXTO DE AUTORIA DE lUIZ ANTONIO BARRETO

quinta-feira, 24 de maio de 2012

CONHEÇA NOSSOS ARTISTAS: FLORIVAL SANTOS

Um dos feras nas artes plásticas de Sergipe. Confira. Várias obras suas estão expostas no Museu Histórico de Sergipe. FLORIVAL SANTOS - ESTILOS E TENDÊNCIAS ELIAS SANTOS Por exercer as duas funções de retratista e pintura de gênero — das marinhas, paisagens, puxadores de redes até cenas de candomblé — Florival não ignorou o seu tempo! marcado pelas grandes transformações causadas pelos movimentos artísticos europeus do século XIX e XX. Começou a produzir desde 1927, pintando a óleo as primeiras paisagens com temática dos bairros da tão nova capital do Estado, Aracaju, e sua cidade Propriá. Na década de 30 fez contundente sua inclinação para o retrato e a amizade com o também artista plástico Jordão de Oliveira, além das visitas às coleções particulares para as longas apreciações dos trabalhos do virtuoso Horácio Hora. No final dos nos 40 o artista estrategicamente traçou uma paralela entre as imagens negociadas (retratos) e as pinturas de gênero (paisagens, marinhas, figuras livres), recorte importante do perfil dos seus períodos e fases. Durante toda sua vida de artista Florival conseguiu o equilíbrio entre esses estilos, não porque fosse um radical voltado para a desconstrução tampouco um acadêmico limitado por uma paleta escura. O mestre foi sobretudo um curioso e disciplinado observador da vida e da arte do seu tempo. Dos IMPRESSIONISTAS aprendeu os efeitos de cor que a luz determina na matéria. Do PÓS-IMPRESSIONISMO alargou os planos das cores dessaturadas e os efeitos da luz, banhando as formas com um ocre dourado. Do EXPRESSIONISMO (Van Gogh e Munch como precursores) soltou a mão em grandes empastes, hora com pincel outras vezes com espátula, imprimindo um novo rumo às composições das marinhas e alagados, formas nunca vista na arte sergipana desde Horacio Hora, influenciando diretamente Jenner Augusto e as mais novas gerações. Do FOVISMO desmaterializou os planos com fortes contornos quase querendo esquecer todas as regiões da construção da forma e ressaltou os tons quentes de laranja e verdes ácidos. Do CUBISMO (tendência iniciada por Picasso e Braque) Florival só admirou o brasileiro paulista de Brodósqui, Candido Portinari. Florival misturou plantadores de arroz da sua Propriá querida com os planos geométricos banhados de um azul chapado, figura e fundo formando uma imensidão e pontos de vista contra as leis da perspectiva. Trabalhadores, figuras contornadas, dessaturadas em tons de terra, siena e ocre! as cores. Cores da terra, terra Sergipe que com todas as sinalizações estilísticas Florival não esqueceu. FONTE: Catálogo CENTENÁRIO FLORIVAL SANTOS - Ultima Atualização: 28/12/2010

CORRUPÇÃO: SOMOS CÚMPLICES

Fome de ética Um dos grandes males que afligem a sociedade brasileira contemporânea é a falta de ética, especialmente na política partidária e os efeitos sociais daí oriundos são devastadores Os recursos públicos desviados são responsáveis pela má educação oferecida aos nossos filhos, obrigando-nos a desmedir esforços para pagar uma escola particular. São responsáveis também, indiretamente, por centenas de mortes todos os dias, de pessoas desassistidas nas portas dos hospitais e tantas outras mazelas quotidianas. Vivemos uma crise de valores morais sem precedentes, alimentada pela impunidade, com cada um de nós um possuindo seu próprio código de conduta, que nos permite cometer pequenos “crimes” todos os dias, nas mais variadas circunstancias: Furamos filas, não devolvemos objetos ou valores encontrados, não respeitamos os direitos dos idosos e deficientes, cometemos pequenos furtos em supermercados sob o olhar de todos, e no entanto tudo isso não nos incomoda.Somos cúmplices, somos corruptos e anti-éticos, daí vem a mordaça que colocamos em nossa própria boca e o capuz que envolve nossas consciencias. No âmbito da politica assistimos a corrupção desenfreada acompanhada por um festival de irregularidades de forma passiva, e já não nos surpreendemos com os escândalos quase que diários que porventura chegam ao conhecimento público, e ficamos a nos perguntar qual será o próximo. O poder é exercido por grupos poderosos que dominam a cena nacional há décadas, quase de forma hereditária,que, alinhados à força do capital, apoderaram-se das instituições e assim comandam uma rede imensurável que promove de forma coordenada todo o tipo de falcatruas, confiantes no corporativismo e num código de leis permissivo e frágil. Que país é esse?

VOLTA SECA, O CANGACEIRO SERGIPANO

São desencontradas as informações sobre Volta Seca, cangaceiro sergipano e um dos mais conhecidos e destacados cabras do bando de Lampeão. Em 29 de abril de 1929, quando assistiu missa em Poço Redondo, com seus “rapazes,” o próprio Virgulino Ferreira da Silva entrega ao padre Artur Passos, então vigário de Porto da Folha, uma folha de papel pautado, escrita a lápis, com os nomes, os apelidos e as idades dos integrantes do seu grupo de dez cangaceiros. No precioso papel, que é documento daquela que pode ser considerada a primeira entrada de Lampeão em Sergipe, o último a ser citado, com o nome de Antonio Alves de Souza, e a idade de 18 anos, com a observação “menino,”, e tem o apelido de Volta Seca. Preso no início de 1932 e levado para a Casa de Detenção da Bahia, Volta Seca foi procurado por alguns sergipanos interessados em recolher informações sobre o cangaço no Nordeste e sua presença em Sergipe. Joel Macieira Aguiar, representando o Jornal de Notícias, acompanhado de Hernani Prata e de João Prado, estudantes de Direito na Bahia, encontrou Volta Seca tocando realejo, entrevistando-o, em começo de abril de 1932, fixando estes dados pessoais: sergipano, nascido no Saco Torto, povoado de Itabaiana, filho de Manoel Santos, que trabalhou no Engenho Contadouro, de propriedade de Antonio Franco, freqüentou o Engenho Central, onde trabalhava Antonio de Engraça, conheceu Aracaju, e conheceu bem sua terra, Itabaiana, e Malhador. Volta Seca declarou, ainda, que entrou para o cangaço com 12 anos, a convite do próprio Lampeão, em Gisolo, no sertão da Bahia. 12 anos depois, em março de 1944, Joel Silveira, já um jornalista importante no Rio de Janeiro, viaja a Salvador, e na Penitenciária da Bahia entrevista Volta Seca e outros cangaceiros presos, como Ângelo Roque, Deus Te Guie, Caracol, Saracura, Cacheado. Joel Silveira anota o nascimento de Volta Seca em Itabaiana e diz que ele entrou no cangaço com 14 anos. Um documentário sonoro, feito na década de 1950, gravado em 1957, narrado por Paulo Roberto, locutor da Rádio Nacional, afirma que Volta Seca tinha o nome de batismo de Antonio dos Santos, e que entrara para o cangaço com apenas 11 anos. A Todamérica grava o documentário comercialmente, apresentando Volta Seca como compositor e intérprete de diversas músicas que estão ligadas ao ciclo dos cangaceiros, como: Se eu soubesse; Sabino e Lampeão; Mulher Rendeira; Acorda Maria Bonita e outras. Há, portanto, divergência de nome, idade e data de entrada de Volta Seca no grupo de Lampeão. Considerado valente, tendo brigado com o próprio chefe, Volta Seca não mereceu elogios do padre Artur Passos, no encontro de Peço Redondo em 1929. O padre, que demonstrou simpatia com Moderno (Virgínio Fortunato, cunhado de Lampeão) e com o próprio Virgulino, não gostou de Volta Seca, e sobre eles diz: “Não têm, inclusive Lampeão, cara repelente, como imaginamos nos bandidos em geral, devendo frisar, porém, o olhar especial de um deles, o fedelho de 16 a 18 anos, que os acompanha.” No contato com Joel Silveira, Volta Seca, sob o testemunho de antigos companheiros, reafirmou sua coragem, disposição, e narrou episódio de uma briga com o chefe, em 1931, por causa de um socorro dado a Bananeira, ferido em combate. Lampeão achava que o atraso poderia ocasionar problemas sérios, de confrontos com a polícia, enquanto Volta Seca agia solidariamente, sem querer deixar para trás o companheiro atingido por tiros. O ambiente ficou tenso, e por pouco os dois cangaceiros não se enfrentaram. A fama de valentia, contudo, ampliou-se dentro e fora do grupo, apesar de Volta Seca ganhar, também, uma imagem lúdica, de compositor e de cantor, responsável por salvar parte do repertório dos grupos de cangaceiros. O disco da Todamérica é um bom exemplo, e foi reproduzido, em parte, décadas depois, por um álbum, long-play, dos Estúdios Eldorado, de São Paulo, com o título de A Música do Cangaço. Nele, além das canções atribuídas e cantadas por Volta Seca, já citadas, figuram artistas como Luiz Gonzaga, Sérgio Ricardo, Teca Calasans e Antonio Carlos Nóbrega. Além de tocar realejo, compor e cantar, Volta Seca foi submetido, na prisão, ao trabalho forçado de fazer flores e outras artesanias, predominantemente feitas por mulheres. Ele não se abateu, casado, pai de um filho, ele esperava cumprir sua pena de 20 anos, para deixar a prisão e recomeçar a vida. E o fez pela música, ainda hoje uma referência, tomada por empréstimo por Luiz Gonzaga e por outros artistas nordestinos, que concorreram para fixar uma estética do cangaço, da qual Frederico Pernambucano de Mello é especialista. TEXTO PUBLICADO POR LUIZ ANTONIO BARRETO

A RUA DE SÃO JOÃO NÃO MORREU

Rua de São João: Festa junina passada de geração A rua São João recebeu o nome pela presença do louvor ao santo Mês de maio chegou e Sergipe já se prepara para os festejos de São João que ecoa nos quatro cantos do Estado. Além de muito arrasta-pé, comidas típicas e fogueira, uma coisa não pode faltar nesse período, são as apresentações das quadrilhas juninas. Este ano, a Rua de São João completará 102 anos. O concurso de quadrilhas realizado no forródromo é onde acontecem às disputas entre as quadrilhas, sendo peça fundamental para manter a tradição dos festejos juninos da Rua de São João. A tradição iniciada em 1910 reunia os moradores que iam para a novena que era rezada na residência de duas senhorinhas se encerrando no dia de São João com uma procissão. A rua São João recebeu este nome pela presença do louvor ao santo do período junino. Ao final da procissão, os moradores se presenteavam com comida, as fogueiras eram acesas e a conversa virava a noite. Festejos Os festejos na Rua de São João terão início dia 31 de maio. Resgatado em 2011, o concurso de quadrilhas também continuará sendo uma das atrações do local, tendo a apresentação de cerca de 60 quadrilhas vindas das cidades de São Cristóvão, Estância, Itaporanga, etc.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Sergipe também tem sua griffe quando o assunto é artesanato: KIZANGA. ACESSE O SITE E SINTA A BELEZA DOS ARTIGOS APRESENTADOS.Encontre sua Kizanga prontinha nas lojas: Teens e Syde Girl na Rua Itabaianinha - Centro WG no Calçadão das Laranjeiras - Centro

CLEMILDA: NOSSA RAINHA DO FORRÓ

Perfil: Clemilda, a rainha do forró Nascida em Palmeira dos Índios, Zona da Mata alagoana, a forrozeira Clemilda Ferreira da Silva foi para o Rio de Janeiro ainda adolescente. Na cidade maravilhosa, Clemilda trabalhou como garçonete, até que em 1965, cantou pela primeira vez na Rádio Mayrink Veiga, no programa 'Crepúsculo Sertanejo'. Na mesma ocasião, conheceu o também alagoano Gerson Filho, com quem casou-se. Gerson Filho era sanfoneiro e popularizou o fole de oito baixos. Clemilda fez participações nos LP’s do esposo e em 1967 ela gravou seu primeiro LP. Gerson Filho sempre a acompanhou em suas apresentações, e foi após 1994, com a morte do companheiro, que a forrozeira afastou-se dos palcos. Paixão por Aracaju Com pouco mais de 40 anos de estrada, a artista vive há mais de 20 anos em Aracaju, cidade pela qual é apaixonada. Ao longo desses anos, Clemilda ganhou dois discos de ouro, o primeiro, em 1985, quando estourou nas paradas de sucesso com a música "Prenda o Tadeu", participando de vários programas de rádio e TV, entre eles, o "Clube do Bolinha", na rede Bandeirantes, e "Cassino do Chacrinha", na rede Globo. O segundo, ganhou em 1987, com o disco "Forró Cheiroso", mais conhecido como "Talco no Salão". A composição de seus trabalhos caracteriza-se principalmente pela ambigüidade das letras, tidas como maliciosas. Além disso, atualmente Clemilda vem se dedicando à apresentação do programa "Forró no Asfalto", que divulga artistas locais e cultiva a tradição nordestina, na TV Aperipê de Aracaju. Porém, a vida de Clemilda nem sempre foi feita de glória. Além das dificuldades enfrentadas no Rio de janeiro, a artista passou por dois derrames cerebrais. Mas apesar de suas limitações pela idade, ela voltou a apresentar-se nos palcos e ainda continua com energia para fazer os shows, agora acompanhada do filho, Robertinho dos Oito Baixos, fruto de seu relacionamento com Gerson Filho. Clemilda se apresenta somente duas vezes por ano, no Forró caju - festa junina que acontece na área dos mercados históricos de Aracaju, e no Arraiá do povo - festa junina que acontece na Orla de Aracaju, sempre cantando músicas de Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, dentre outros, além, claro, de suas composições. Nesse ano, a artista recebeu duas homenagens marcantes: um programa especial feito pela TV Aperipê chamado "Todos cantam Clemilda", que foi ao ar no dia 23 de junho e teve participação de artistas como Genival. Cada convidado cantou composições da artista. Clemilda também foi homenageada pelo Governo de Sergipe com o seu nome intitulando o palco principal do Arraiá do Povo. texto extraido do site do governo do estado de Sergipe .

TRIBUTO À JENNER AUGUSTO

Brevemente, o Parque Teófilo Dantas localizado no centro histórico de Aracaju, contará com um novo espaço dedicado àqueles que curtem a arte e cultura sergipana.arte. O imóvel onde outrora funcionou o Restaurante Cacique Chá, ponto de encontro de boêmios e da elite política e intelectual desde os anos 50, passa por completa restauração para abrigar centro cultural que levará o nome do artista plástico sergipano Jenner Augusto, que, estivesse entre nós, teria completado 87 anos no dia 11/11/2011. A homenagem é mais que merecida, embora tardia, devido à importância do pintor na modernização das artes plásticas nordestina, quiçá brasileira, a partir de um movimento surgido em Salvador em meados de 1950, endossado por Carlos Bastos, Wilson Rocha, Heron de Alencar, entre outros. Nascido em Aracaju (1924), a infância de Jenner foi repleta de percalços, tão comuns nas famílias brasileiras menos abastadas e desprotegidas. A ausência do pai falecido, a moradia em diversas cidades do interior na companhia da mãe professora, o trabalho em busca da sobrevivência, que transformou os sonhos de criança em suor laboral. De engraxate a vendedor de lenha, de pintor de paredes a estrela de galerias pelo mundo afora. Nas veredas do seu caminho, luz e sombra foram parceiras inseparáveis. Essa nuance reteve nos recantos mais íntimo daquela alma adolescente, onde o dom da arte esperava o momento oportuno de fluir, o que não tardou a acontecer, exteriorizando-se na forma de imagens marcantes, fixadas nas telas com extrema sensibilidade, exibindo, a quem tem o prazer e o privilégio de admirá-las, os dramas sociais dos desvalidos, a natureza em toda sua plenitude, o ambiente urbano e rural. Autodidata, os primeiros traços executados desde cedo, ainda pirralho, prenunciava o destino a ele reservado. Em 1945, aos 21 anos, realizou primeira exposição individual. Depois da segunda individual, em 1948, segue para Salvador a procura de evolução técnica e sucesso profissional, sendo acolhido de braços abertos pela comunidade artística soteropolitana. O jeito simples, a humildade e a capacidade incansável de trabalhar em busca dos objetivos e acima de tudo o talento abriram as portas de um mundo desconhecido para o pintor; Salvador colonial, mística, rica e pobre num só tempo era um enigma. Mario Cravo Junior disponibilizou seu atelier ao recém-chegado, ali Jenner entregou-se de corpo e alma aos estudos pictóricos, com sensibilidade aguçada, excitando sentidos, inalando cores, respirando criação, eternizando as paisagens da terra que tão bem o acolheu. Sua obra magnífica, desconhecida por muitos sergipanos, está presente no Brasil e no exterior, espalhada pelos museus e coleções particulares. Aqui em nosso Estado, elas podem ser apreciadas no Museu Histórico de Sergipe, em São Cristóvão, na sala que leva o seu nome. Foi ele quem, a pedido do Governador Luis Garcia em 1959, dirigiu as ações voltadas para a fundação da nossa mais importante casa de memória. Nela residiu quando o prédio estava em escombros, e foi o responsável direto pela pesquisa e aquisição do acervo, inclusive doando várias de suas obras. A cidade de igrejas e ladeiras ficou guardada para sempre na memória de Jenner como um lugar especial, palco de tantas boas recordações. Jenner Augusto desfilou com segurança por vários estilos artísticos sempre com um traço seguro e inconfundível. Foi do abstrato “Favela” ao figurativo “Prof. Alencar”, da natureza morta de "Budião Azul” ao sonho cubista de “Gatos”, quadros expostos no Museu Histórico de Sergipe. Seu reconhecimento como artista de renome deu-se através dos diversos prêmios recebidos e exposições nos grandes centros culturais nacionais, Rio de Janeiro e São Paulo, bem como no exterior. As elogiosas críticas ao seu trabalho, publicadas por especialistas da área, sempre foram incontestáveis, evidenciando dessa forma o seu prestígio no universo dos pincéis, telas, paletas e cavaletes. Artífice de imensos painéis decorativos, a verve criativa do artista era ilimitada. Essas peças adornam as paredes de varias instituições em Salvador, e em Aracaju estão presentes no hall da reitoria da Universidade Federal de Sergipe, no Hotel Palace de Aracaju e no Aeroporto Santa Maria. Lamentavelmente, no local onde funcionará a casa de cultura com seu nome, o mural de sua autoria encontra-se entregue à própria sorte, desprotegido, exposto à poeira e outros poluentes provindos da demolição que ali acontece, em risco iminente de dano, fato que passou despercebido da família do pintor, zelosa pela conservação do legado e dos responsáveis pela restauração do imóvel. Jenner Augusto é nome do qual todos os sergipanos devem se orgulhar. Sua biografia bem poderia ser vertida em conto de fadas, fábula, folhetim, cordel, epopéia, aquarela ou auto-retrato em óleo sobre tela onde olhos carregados de um azul profundo deixam entrever o espírito indomável do arquiteto de tantas maravilhas, vivente de um mundo repleto de angústia, fantasticamente cruel e belo. Para ele Jorge Amado escreveu o poema “Receita de Jenner Augusto para fazer um quadro”, e Carlos Drummond de Andrade dedicou versos de “Alagados” que transcrevo abaixo: Casebres à flor d’água Balançam No silêncio O sonho de viver O sonho de morrer. Jenner Augusto sobre o céu de chumbo Sob o céu violeta Lê o horóscopo das criaturas Que nos Alagados Morrem sem viver. JENNER AUGUSTO SEMPRE FEZ QUESTÃO DE CITAR SUA ORIGEM : SERGIPANO COM MUITO ORGULHO

NOTÍCIAS DO QUILOMBO DAS PALMARES

Existe uma variada bibliografia palmarina. Aqui e no exterior. São canções, poemas, biografias, peças de teatro, roteiros, guias, dicas etc. No entanto, quais aquelas obras que se tornaram marcantes e que obrigatoriamente a comunidade negra deveria ler para saber exatamente o que foi o Quilombo de Palmares? Listo apenas quatro obras e explico as razões: O QUILOMBO DE PALMARES, de Edison Carneiro, Civilização Brasileira, Rio de janeiro, 1966. Carneiro é o primeiro historiador/antropólogo negro que publica diversos documentos portugueses e holandeses a respeito de Palmares, criando um panorama expesso e complexo, quebrando, por conseguinte, a versão ilusória da historiogrfaia oficial segundo a qual Zumbi teria se suicidado ao ver Macaco (capital de Palmares) invadida pelas tropas do bandeirante Domingos Jorge Velho. No livro, pela primeira vez, vemos como se organizou a resistência negra, quais os conflitos internos dentro de Palmares, quais as nuances deste conflito, e como os ex-escravos conseguiram se impor como um estado diferente dentro do colonialismo português. A obra foi lançada primeiro no exterior, em 1946, e depois no Brasil, em 1966, dois anos depois da instituição da ditadura militar. O mérito de Carneiro: quebrou com os mitos da historiografia oficial, pois, nos deu uma visão mais abrangente de Palmares na história brasileira, também recuperando o papel de Zumbi como grande líder. 144 páginas. O REINO NEGRO DE PALMARES, de Mário Martins de Freitas, Biblioteca do Exército, Rio de Janeiro, 1988. Esse cara era coronel do Exército, descendente de índios botacudos mineiros, combateu na Segunda Guerra Mundial, nascido em 1899. A visão de Freitas sobre etnias negras é horrível. No entanto, este livro se destacou imediatamente pelo seguinte: o número de documentos e fontes citadas/arroladas por Freitas se tronou insuperável. Nenhum historiador conseguira este feito de Freitas. Esse cara ralou bunda nos arquivos portugueses, holandeses e brasileiros, e assim, trouxe para seu livro narrativas coloniais impressionantes sobre Palmares e Zumbi. Até aquele momento, as fontes citadas não eram tão variadas e amplas sobre Palmares como Freitas assim o fez. Em relação a este livro, suas análises são precárias, mas ao lermos os documentos revelados ( transcritos no livro, MARAVILHA) a gente faz nossa avaliação do que foi aquilo, quer dizer, a maior guerra civil das Américas entre dois grupos antagônicos: os ex-escravos do Nordeste (Alagoas e Pernambuco) contra os colonialistas portugueses. 434 páginas. PALMARES: A GUERRA DOS ESCRAVOS, de Décio Freitas, Graal, Rio de Janeiro, 1978, 3ª.edição. Finalmente, neste livro, nós ganhamos um intérprete marxista sobre Palmares. O resultado é que o livro se tornou um clássico na historiografia brasileira. Este livro foi quem turbinou a ação do movimento negro contemporâneo em tornar Zumbi herói nacional, de criar um movimento para o “Dia da Consciência Negra”, de fundamentar a luta afro em todos os sentidos. O militante afro que não leu este livro, está por fora. Literalmente. Qual a importância deste livro? Além do levantamento de novas fontes historiográficas nos arquivos portugueses, holandeses e brasileiros, Freitas faz uma narrativa densa, sofistifica Zumbi, alude ao choque entre os estados, as instituições, classes e os grupos que estão em jogo no período colonial. É o livro onde a gente tem a nítida compreensão da ascensão de Zumbi ao comando de Palmares, como ele montou seu esquema e sobrepujou Ganga-Zumba. Se tornou uma obra bastante fundamental para quem quer entender as lutas negras ao longo da história brasileira. 221 paginas. MEMORIAL DOS PALMARES, de Ivan Alves Filho, Xenon, Rio de Janeiro, 1988. Em primeiro lugar, este autor, vai logo desmontando coisas que tínhamos firmado anteriormente: Palmares não durou 90 anos, mas 120 anos, pois, após sua morte, Zumbi teve outros seguidores, como Comoanga, que se dizia seguidor do maior líder de Palmares. Este cara, após a queda de Macaco, em 1695, fugiu da capital palmarina, e montou outros quilombos entre Alagoas, Paraiba e Rio Grande Norte. Esta revelação é feita com documentos. Do caralho. Aliás, a descrição dos documentos consultados por Alves Filho é de lascar. A impressão que a gente tem é que este historiador ficou anos diligentemente analisando toda documentação palmarina e mostrando num livro magnífico. Alves Filho retoma a primeira linha de Edison Carneiro e com uma sofisticada teoria marxista nos dá um entendimento complexo de Palmares. Talvez seja o livro básico e único até agora sobre Palmares. Isto porque o autor unia conhecimento teórico e capacidade de envolvimento com o tema que aborda. Depois deste livro, quem se atreveu a abordar Palmares TEXTO DO JORNALISTA SERGIPANO CARLOS NOBRE, RADICADO NO RIO DE JANEIRO

domingo, 20 de maio de 2012

O DIA DA SERGIPANIDADE

O DIA DA SERGIPANIDADE O 24 de outubro, Dia de Sergipe, caiu em desgraça. A desculpa seria o grande número de feriados durante o ano, mas o certo é que Sergipe passou a ser celebrado pelo 8 de julho (de 1820), data da Carta Régia que emancipou, politicamente, o território serg O 24 de outubro, Dia de Sergipe, caiu em desgraça. A desculpa seria o grande número de feriados durante o ano, mas o certo é que Sergipe passou a ser celebrado pelo 8 de julho (de 1820), data da Carta Régia que emancipou, politicamente, o território sergipano, desanexando-o do da Bahia, do qual se manteve parte, desde a descoberta do rio São Francisco, em 4 de outubro de 1501, por Américo Vespúcio, criando condições da divisão do Brasil em Capitanias Hereditárias que consolidou o domínio. Durante mais de um século e meio o povo sergipano comemorou o dia 24 de outubro, como sua data maior, expressão cívica da sua luta, símbolo da própria sergipanidade. O 8 de julho tinha ficado como página virada da história, por conta de não ter gerado os efeitos devidos. O gesto emancipador de D. João VI foi desobedecido pelas autoridades da Bahia e de Portugal, então muito unidas. O 8 de julho, então, não consolidou a emancipação, mas, ao contrário, provocou uma reação, que só foi superada no contexto do processo de Independência do Brasil, de 1822. O primeiro governador, depois da Carta Régia – Carlos César Burlamaqui -, nomeado em 25 de julho de 1820 para substituir Luiz Antonio da Fonseca Machado, tomou posse em 20 de fevereiro de 1821, governando menos de um mês. Burlamaqui estava no Piauí, onde morava com a mulher Mariana Henriqueta Burlamaqui e com os filhos, quando recebeu a notícia da nomeação para governar Sergipe. Saiu de Oeiras em fins de 1820, com dois filhos, e chega em 3 de janeiro de 1821 na Bahia, de onde saiu, em 5 de fevereiro, depois de receber as orientações de estilo. Levou 14 dias para chegar em Sergipe e no dia 20 assume o Governo, de onde é apeado no dia 18 de março. No seu lugar, no dia 21 de março de 1821, é revestido da autoridade de governador o brigadeiro Pedro Vieira de Melo, fiel a Bahia. Várias pessoas, sozinhas ou compondo Juntas, governaram Sergipe. Em outubro de 1821 foi instalada uma Câmara e esta, em março de 1822 elegeu uma Junta, composta por José Mateus da Graça Leite Sampaio, como presidente, Guilherme José Nabuco de Araújo, Comandante das Armas, padre Serafim Alves da Rocha, secretário, Sargento Mor Dionízio Rodrigues Dantas, Domingos Dias Coelho e Melo e padre José Francisco de Menezes Sobral, membros. Em 14 de novembro de 1822 o General em Chefe do Exército pacificador Nacional e Imperial Pedro Labatut nomeou José Eloy Pessoa da Silva, militar e bacharel formado em Matemática e em Filosofia, para governar Sergipe. Toma posse em 25 de novembro, aclama o Imperador em 1º de dezembro. Uma Carta Imperial, de 5 de dezembro de 1822, elevou Sergipe a categoria de Província de 2ª classe, “completamente independente da Bahia, conforme o Decreto de 8 de julho de 1820” e determinou a criação de um Conselho de cinco membros. No ano de 1823, depois de ato de força do governador militar José de Barros Pimentel a Junta reassume, em 3 de março, como Governo Provisório. Uma Carta, datada de 8 de abril, elevou à categoria de cidade a vila de São Cristovão, capital da Província de Sergipe. Finalmente é nomeado, em 23 de novembro de 1823, Manoel Fernandes da Silveira, que toma posse como presidente do Conselho em 5 de março de 1824. A Constituição do Império, consolida e é com o brigadeiro Manoel Fernandes da Silveira que Sergipe se torna, efetivamente, emancipado. Foram quase quatro anos de um enfrentamento entre os partidários da desanexação e os que defendiam a manutenção da situação velha, que subordinava Sergipe aos controles da Bahia, além de dotar o território sergipano das responsabilidades pela produção de carne de gado e de açúcar de cana, para atender ao abastecimento da Bahia e de Pernambuco que produziam para exportação. Entre os sergipanos que pelo norte e oeste pastoreavam o rebanho de gado, e no centro mantinham engenhos de fazer açúcar o ânimo era dos melhores. Com a emancipação as vilas cresceram, surgiram as cidades e rapidamente o progresso deu a Sergipe uma nova condição. O dia 24 de outubro passava, por volta de 1836, a ser a data maior da afirmação da liberdade dos sergipanos. O poeta Manoel Joaquim de Oliveira Campos fez os versos do Hino Sergipano, inicialmente publicados no jornal O Noticiador Sergipense, mais tarde musicados pelo frei José de Santa Cecília, para ser o primeiro dos símbolos de Sergipe, uma manifestação festiva, de júbilo pela conquista. O 24 de outubro entrou, definitivamente, para a história de Sergipe como o coroamento de um processo e como uma data simbólica, que segundo Cândido Mendes, no Atlas do Brasil, de 1860, representava a divisão territorial do Brasil, quando Sergipe passa a aparecer como Província. Os jornais mais antigos registraram que o 24 de outubro foi o dia em que a notícia da completa emancipação chegou a São Cristovão, levada pelo senhor do engenho Itaperoá. Não há, assim, como justificar a data, mas sim que ela é a mais viva manifestação do patriotismo sergipano, o ponto final de uma campanha, que ainda não foi devidamente estudada. Durante o Império o 24 de outubro passou a ser, também, celebrado pelo povo com seus grupos folclóricos, como atestam os registros dos jornais. Na República, o 24 de outubro passou a ser a data da posse dos novos governantes, associando o dia com os mandatos, como se os políticos tivessem compromissos com os ideais libertários que a emancipação enseja. A retirada da data, embora vede aos estudantes o contato cívico, não diminui a grande importância e nem a carga emotiva que marcam o 24 de outubro. Dia de Sergipe ou Dia da Sergipanidade, o 24 de outubro tem a cara, o sentimento, a coragem dos sergipanos, na afirmação dos seus interesses e projetos. Todas as vezes que for preciso recorrer à história, para construir o futuro de liberdade, prosperidade, e paz, o 24 de outubro estará inabalado em sua importância, como uma referência que pertence a todos os sergipanos, de todos os tempos. Permitida a reprodução desde que citada a fonte "Pesquise - Pesquisa de Sergipe / InfoNet". Contatos, dúvidas ou sugestões de temas: institutotobiasbarreto@infonet.com.br.

IRMÃOS VILLA-BOAS

Desde os primeiros anos de conquista européia nas terras que hoje conhecemos como Brasil, seus donos genuínos foram muitas vezes vistos como perigosos, selvagens e um entrave para aquilo que os povos ditos civilizados costumam chamar de progresso. Ao longo do nosso complexo processo de construção de nação, os povos indígenas foram sendo incorporados à noção de povo brasileiro por meio de uma perspectiva que desprezou seus modos de vida e sua relação com o território, colocando-os à margem, sempre em nome dos chamados interesses nacionais. O filme Xingu, do diretor Cao Hamburger oferece a oportunidade de refletir sobre a atuação decisiva dos irmãos Leornardo, Cláudio e Orlando Villas Bôas na tentativa de defender os povos indígenas do Alto Xingu diante de uma constante sanha de progresso. Levantar tal reflexão em sala de aula é o objetivo central deste plano.

parafusos de lagarto

Manifestação cultural sergipana. Segundo a tradição, os negros roubavam as anáguas das sinhazinhas nas fazendas e depois saíam dançando e cantando. Após a Lei Áurea, eles passaram a comemorar dançando pelas ruas da cidade, inclusive pintando os rostos com pó branco para parodiar os brancos. O grupo é reconhecido nacionalmente por sua autenticidade, tendo participado por diversas vezes do festival de folclore da cidade de Olímpia (São Paulo).

MALCOLM X

Ontem,,19 de maio, há 87 anos, nascia nos Estados Unidos o ícone da luta nacionalista negra, Al Hajj Malik Al-Habazz, mais conhecido como Malcolm X. O líder negro, que influenciou gerações pela sua defesa pela unidade negra e a luta contra o racismo, hoje é referenciado em todo o mundo pela sua mensagem revolucionária e história. Mais conhecido pela sua principal frase "Por todos os meios necessários", quando advogava pela libertação negra no mundo, a vida de Malcom X foi retratada na autobiografia escrita pelo intelectual Alex Harley e foi tema de filme produzido e dirigido pelo cineasta Spike Lee. O CORREIO NAGÔ preparou uma seleção de outras frases famosas do líder Afro-americano. Confira e divulgue!

CARLOS NOBRE, UM SERGIPANO NO RIO DE JANEIRO

Texto de autoria do jornalista sergipano Carlos Nobre radicado no Rio de Janeiro, Carlos Nobre Cruz Em geral, pensamos assim: tudo que vier do negro é bom e tudo que vier do branco é ruim. Trata-se de pensamento primário, redundante, incapaz. Na verdade, não é bem assim. Vejamos, neste sentido, a bibliografia sobre Zumbi. Por exemplo, o livro “Zumbi”, de Joel Rufino dos Santos, não é bom, não tem nada de novo em relação a este grande personagem do período colonial brasileiro. Porque não tem? O autor – que é historiador negro - não fez novas pesquisas, apenas fez releituras de livros anteriormente publicados. Em outro sentido: não aprofundou o pensamento sobre escravismo colonial como outros autores fizeram tendo Zumbi/Palmares como foco central. Rufino, por conseguinte, é um melhores autores negros, mas naufragou com clareza em “Zumbi”. Na verdade, houve uma avaliação errada de Rufino: não se entra na história de Zumbi para escrever com parcimônia ou melindre. Neste sentido, Zumbi exige entrega total, afirmação, busca, resultados, novas linhas. E este livro – 76 páginas- não tem condições de executar esta tarefa política de grande envergadura. Mas Rufino faz uma releitura de Zumbi que contraria até os movimentos negros e isso é importante. Diz que Zumbi foi um ditador quando assumiu o poder em lugar de Ganga –Zumba, pois, suas medidas políticas, demonstraram que só ele poderia decidir no quilombo, em 1678. Como os militantes afro podem entender isso ? Zumbi ditador na perspectiva de Rufino? Sim, pois, foi isso mesmo que aconteceu. Se não fosse isso, Zumbi não teria sido o que foi, isto é, herói contra os colonialistas. Vejamos o que Rufino escreve: “ A sociedade colonial escravista era, por definição, uma sociedade racista. É ingenuidade supor que os colonizadores portugueses procederam, nesse ponto, diferente dos ingleses, franceses e holandeses.” “ Milhares de documentos amarelos, difíceis de ler, guardam a história do preto pequeno e magro que venceu mais batalhas do que todos os generais juntos da história brasileira. Esses papéis estão arquivados em Sevilha (Espanha), em Evora (Portugal), na Torre do Tombo (Lisboa), Recife e Maceió, aguardando estudos pacientes”. Indagamos daqui: porque como historiador negro não se atreveu a encarar estes documentos já que sabia onde estavam localizados ? Vejamos o que ele fala contextualmente sobre Zumbi: “ Num ponto, ao menos, o velho Ganga estava certo: o antigo coroinha ( Zumbi) instalou a mais implacável ditadura militar. Ocupou militarmente a Cerca Real de Macaco, arrogou-se o poder de tudo decidir sozinho, na paz e na guerra, e executou os partidários do chefe fujão ( Ganga-Zumba). “ Zumbi ordenou degolar quem tentasse se mudar para Cucaú. Aumentou o exército, incluindo nele, por bem ou por mal, todos os homens adultos de Palmares. Transferiu mocambos, desativou alguns e redistribuiu parte da população segundo critérios militares. Organizou um sistema de espionagem e apoio no mundo do açúcar. Transformou Macaco numa gigantesca fortaleza. A ditadura militar vestia Palmares para a guerra final”. Eis, aqui, duas afirmações, errôneas, na medida, em que, o historiador negro usa conceitos atuais para entender o processo colonialista, que tem outros valores. Zumbi não foi ditador coisa nenhuma. Ele apenas percebera que se mantivesse a disciplina e o controle no quilombo de Palmares jamais poderia enfrentar as diversas expedições punitivas portuguesas que foram derrotadas por ele durante 17 anos.. Além disso, ele, Zumbi, enfrentava um leva de homens negros dedos-duros e combatentes, formando exércitos paralelos, que tentavam destruir Palmares e conseguir benefícios do governo português como alforrias e terras para cultivar. Nesse sentido, o livrinho de Rufino precisa se tornar um livrão. Isto é, como o próprio sabe onde estão as fontes sobre Palmares, seria ideal que fizesse uma segunda edição citando e analisando estas fontes, e não se ancorando nos estudos clássicos já publicados.

sábado, 19 de maio de 2012

MUSEUS EM SERGIPE


                                                                     
MUSEUS EM SERGIPE


Sem alarde, mas com firmeza, Sergipe ocupa lugar de destaque no cenário nordestino quando o assunto é museu, este espaço ainda incompreendido pela maioria da população.
Os museus de hoje são espaços multiculturais, abertos a toda comunidade, oferecendo conhecimento e lazer através dos seus acervos e exposições provisórias.
Possuímos várias unidades museais, particulares ou públicas, em pleno funcionamento, e contamos ainda com o curso de bacharelado em Museologia, oferecido pela UFS desde o ano de 2006. Para se ter uma ideia do que isso significa, em todo o Brasil existem apenas 10 universidades federais que têm em sua grade este curso.
Temos em solo sergipano um museu dedicado exclusivamente ao cangaço no povoado Alagadiço, dois museus de arte sacra, um em Laranjeiras, outro em São Cristovão, que conta também com o pioneiro Museu Histórico de Sergipe, inaugurado em 1960. Em Aracaju, duas unidades com tecnologia de ponta, o museu-palácio Olímpio Campos e o Museu da Gente Sergipana encantam a todos, o Memorial de Sergipe, pertencente à UNIT, o Museu Galdino Bicho, no interior do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, e ainda o Memorial do Judiciário e o memorial das Bandeiras. Em outra postagem, publicaremos a lista completa dos nossos espaços de memória.
Visitem essas instituições. É um mergulho interessante na cultura e história social, política e artística de nossa terra.

TAIEIRA DE LARANJEIRAS



A Taieira, definida como dança-cortejo de cunho religioso, é um dos folguedos   pertencentes ao ciclo natalino, apresentando-se nas ruas da cidade de Laranjeiras-SE, no dia 6 de Janeiro, durante a Festa de São Benedito, acompanhando as rainhas de Nossa Senhora do Rosário. De acordo com a pesquisadora Beatriz Góis Dantas, “em nenhum outro estado do Brasil as Taieiras ficaram tão integradas nos costumes populares”. O canto e a graça dos participantes adentram aos lares onde os presépios saúdam a vinda do Messias salvador. Ali O homenageiam com suas coreografias e cantos de louvor. Em outras regiões do Brasil a dança já é considerada extinta, ou encontra-se mescladas com outras danças folclóricas.

Do litoral ao sertão


Do Litoral ao Sertão

As mais belas imagens da terra e da gente sergipana podem ser apreciadas no livro-álbum “Do litoral ao sertão”, produzido pelos fotógrafos Lucio Telles, Marcio Garcez e Marcio Dantas, que, reunindo qualidade técnica com sensibilidade, nos remetem a um tour inédito pela nossa cultura. Desde a capital Aracaju até os mais remotos recantos do nosso território, o trio de artistas capta através das suas poderosas lentes a alma cristalina do sertanejo, a natureza em todo seu esplendor, nossos folguedos mais tradicionais, rostos anônimos carregados de alegria e simplicidade. Um trabalho pujante que com certeza faz história nas artes visuais de Sergipe. Vale a pena conferir.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

TAIEIRA DE LARANJEIRAS




A Taieira, definida como dança-cortejo de cunho religioso, é um dos folguedos   pertencentes ao ciclo natalino, apresentando-se nas ruas deLaranjeiras-SE, no dia 6 de Janeiro, durante a Festa de São Benedito, acompanhando as rainhas de Nossa Senhora do Rosário. De acordo com a pesquisadora Beatriz Góis Dantas, “em nenhum outro estado do Brasil as Taieiras ficaram tão integradas nos costumes populares”. O canto e a graça dos participantes adentram aos lares onde os presépios saúdam a vinda do Messias salvador. Ali O homenageiam com suas coreografias e cantos de louvor. Em outras regiões do Brasil a dança já é considerada extinta, ou encontra-se mescladas com outras danças folclóricas.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

HOMENAGEM A JENNER AUGUSTO

        Esta é uma tela do artista plástico sergipano JENNER AUGUSTO. Radicado na Bahia no início dos anos 50, foi um dos principais participantes do grupo de vanguarda que introduziu o modernismo no estado vizinho. Reconhecido nacionalmente, jamais negou sua origem, sendo o respónsavel pelo primeiro acervo do Museu Histórico de Sergipe, inaugurado em 5 de Março de 1960zou as artes plática