quarta-feira, 6 de junho de 2012

SOS São Cristovão

SOS São Cristóvão. A cidade histórica de São Cristóvão, conhecida pela sua riqueza cultural e arquitetônica, já há muito tempo passa por período de abandono e descaso, fruto da incapacidade administrativa de seus gestores e um poder legislativo inerte e submisso, que fecha os olhos e tapa os ouvidos aos anseios da população. Tantos anos de administrações sinistras, repletas de escândalos, desvios de recursos e outras mazelas, levaram ao caos absoluto a quarta cidade mais antiga do Brasil, portadora de tantas virtudes. A realidade é trágica e sem perspectiva de mudanças. O recente tombamento pela UNESCO, da Praça São Francisco, como patrimônio cultural da humanidade, fato louvável e honroso, não modificou as condições socioeconômicas do município, que apesar de todas as potencialidades não criou uma infra estrutura que permita ao turista ali permanecer por mais tempo, o que significa abrir a carteira, movimentando assim a economia da cidade. A terra de João Bebe Agua abre suas portas aos visitantes, recebendo-os em uma rodoviária sucateada, cartão de visita imoral e aterrador. E é assim em outros pontos, outrora bem frequentados. Falta tudo para receber condignamente o forasteiro, que dali encanta-se com o patrimônio e decepciona-se com o trato vergonhoso que ele recebe. Salvam-se os museus, que funcionam regularmente, geridos por abnegados, e cujos acervos são elogiados por todos que os visitam. Décadas atrás as atrações eram diversas e traziam recursos valiosos para boa parcela da comunidade: a bica dos pintos, o banho de Rita Cacete, o Cristo, o passeio de Catamarã, as vendedoras de queijadas, beijús e pés de moleque hoje são páginas viradas de um álbum cheio de boas recordações. O presente é tedioso e imerecido para quem possui tantas paisagens marcantes. Evidentemente o fluxo de visitantes deixa muito a desejar, por falta de uma divulgação eficiente que traga resultados efetivos e o lugar carregado de história e estórias oferece àquele que chega uma cena mambembe, repleta de ausências, sem a mão de obra especializada. Como sergipano tenho orgulho da minha terra e a defendo incondicionalmente. Tenho esperança de um dia ver essa cidade brilhar no cenário nacional, a exemplo de tantas outras com as mesmas características. Não somos inferiores a ninguém, apenas nos faltam homens certos nos lugares certos, altruístas, empreendedores, dispostos a arregaçarem as mangas para lapidar nossa joia colonial e a colocar no lugar de destaque que merece ocupar.

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